Algumas semanas após as Competições Poliesportivas, Janice me procurou, para dizer que eu deveria sair após a quinta aula para conversar com a psicóloga.
— Hein? Mas o que eu vou fazer lá?
— Não sei, ela comunicou que você deveria ir vê-la.
Apesar da estranheza da situação, fui com a Dra. Mary Beth conversar.
— Oi, Max. Sente-se, fique à vontade. Aceita uma balinha de gengibre?
— Ah, sim, aceito.
Peguei a tal bala, me sentei em uma poltrona confortável e esperei para saber o que ela desejava.
— Como você está, Max?
— Hum?
— Quero saber como vai.
— Ah, tou bem!
— Mesmo?
— Sim, claro.
Que psicóloga maluca!
— É comum adolescentes na sua idade se apaixonarem, Max.
O que diabos...?
— Mas eu não...
— Não precisa negar, estou sabendo dos seus anseios amorosos em relação à Nicole.
Mas como??
— Não vou dizer quem me contou, mas eu lhe chamei para dar uma orientação quanto a isso.
— Como assim?
— É normal você acreditar que ama a garota, mas na sua idade não há como saber o que é amor. Você sente apenas um desejo intenso por ela, e como ela não parece inclinada a sentir o mesmo, o melhor que tem a fazer é não pensar mais nela. Que tal dedicar-se aos estudos para o vestibular, por exemplo?
— Mas eu me dedico!!
— Certo, certo. Mas se quiser passar, talvez precise se preparar melhor, não?
— Não! Estou muito ciente das minhas capacidades e me preparando adequadamente para o vestibular! E eu sei muito bem o que sinto!
— Mas...
— Com licença!
Saí da sala da psicóloga enfurecido! Quem diabos teria contado a ela do que sinto por Nic?
Quando estava chegando à sala terminaram as aulas, e só peguei meu material e fui saindo. Então avistei Michelle.
— Max, você... digo, a..., você...
— Ah, quer dizer que foi você que contou à Dra. Mary Beth sobre mim, não foi?
— Foi, mas...
— Mas? O que você pretendia com isso?
— Ela só quer lhe ajudar.
— Pois não é o que parece, disse que o melhor era eu esquecer!
— E será que não é?
— Não, eu não acho!
— Mas Max...
— Olha, você errou muito contando a ela, tá? Eu confiei em você!
— Desculpa, é que ela me ajuda tanto, que pensei que pudesse lhe ser útil.
— Poderia ter me consultado primeiro, não?
— É, eu deveria... me desculpa, por favor. Não vou fazer de novo.
— Tá, mas vê se não conta a mais ninguém. Será que essa Dra. não vai ficar espalhando?
— Não, não, ela é confiável e respeita o sigilo do paciente.
— Ok então.
Ali mesmo no jardim do colégio ela me abraçou forte. Seus olhos estavam lacrimejando e tive um pouco de pena. Ela realmente fez com boas intenções. Acompanhei-a até seu carro e me despedi.
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