E eis que as provas chegaram. Sim, as últimas do ano. Foi-se mais um ano e eu não progredi com Nic. Mas ainda tenho uma chance. Decididamente eu preciso conversar com ela ainda esse ano. Dizer o que sinto e perguntar – ou melhor, confirmar – se ela não quer me dar uma chance.

Após o primeiro dia de provas, vejo-a sair sozinha e corro para fazer minha tentativa.

— Nicole!

— Ah, oi, Max. A prova de geografia foi dada, você não achou?

— É, sim, achei.

Então olhei naqueles belos olhos e criei coragem!

— Escuta, Nicole, você...

— Desculpa, Max. Lá vem meu ônibus, depois a gente conversa! Até amanhã, hein?

E saiu correndo para a porta do veículo...

No segundo dia de provas não a vi. Tive problemas com umas interpretações das questões de física, e creio que ela saiu antes de mim, pois esperei até quase a hora do almoço e ela não saiu.

No terceiro dia, assim que saí dei de cara com Amanda. Não queria que ela soubesse que eu estava esperando Nic, então apenas cumprimentei com um sorriso. Mas ela não me deixou passar.

— Max, vem cá, você podia me tirar uma dúvida de matemática rapidinho? Sabe como é, a prova é amanhã, e eu tenho certeza que você sabe.

— Ah, agora?

— É, não tem outra hora, tem?

— É que...

— Deixa de besteira, é rápido.

Rápido. Sei... Meia hora depois, quando consegui fazê-la entender um troço de probabilidades e ela ainda tinha uma dúvida, Nic saiu pelos portões.

— Oi, Max. Oi, Amanda.

Respondemos juntos:

— Oi!

E ela passou. É, passou. Foi embora. Mais um dia.

No quarto dia me escondi nas árvores, decidido a só sair dali quando a visse. E saí bem cedo das provas, não tem como ela ter saído antes de mim.

Dito e feito. Ela saiu uma hora depois, e sozinha.

— Oi, Max.

Ela me viu assim que saí de trás da árvore.

— Ah, Oi.

— Você tem algo para falar?

Como danado ela soube?

— Eu? Não, não. O que eu teria pra falar? Hehehe.

— Não sei. Bom, tou indo. Tchauzinho e até amanhã!

...

Último dia. É hoje ou só ano que vem! Repeti o plano do dia anterior, desta vez decidido a superar minha timidez e falar na cara. Até decorei minha frase: “Nic, eu ainda gosto de você, sabe? Por que a gente não faz uma tentativa?”.

Porém, o destino estava decidido a não me deixar tentar. Quando ela surgiu, veio acompanhada do estúpido do Paul. Passaram lentamente e sem me notar, ambos sorrindo muito.

E eis que acabou o ano.

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