Algumas semanas depois, estávamos numa aula de história e o professor passou um trabalho para fazer em sala, em duplas. Porém, ele escolheu as duplas e me colocou com Isabelle. Por mim tudo bem, eu acho ela muito legal, mas parece que ela não ficou muito satisfeita. Então enquanto fazíamos o exercício, percebi que há meses Isabelle mudou de comportamento comigo. Antes fazíamos trabalhos juntos, conversávamos mais, sei lá.

Então quando a aula acabou e entregamos o exercício, era intervalo e fui conversar com ela.

— Isabelle, tem algum problema?

— Hã?! Como assim?

— Sei lá, você está estranha comigo.

— Ah, err..., não, impressão sua, tá tudo normal.

— Ah, então tá bom.

Ela sorriu para mim e de repente me deu uma vontade de contar a ela sobre Nicole... Inesperadamente senti que precisava contar isso a alguém, e ela sempre foi minha amiga!

— Podemos conversar uns instantes?

— Claro, Max. Vamos lá pro jardim!

Chegando ao jardim eu disse a ela timidamente que estava gostando de Nicole.

— Hmm, legal.

— Err... você acha que tenho chances?

— Não sei, Max. Bem, ela namora o Brad, não é?

— É, mas não acho que vá durar muito.

— Bom, não sei. Boa sorte! Agora vou na cantina comprar pastilhas.

— Tá, obrigado por me ouvir.

— De nada. Quando precisar me fala.

Muito legal a Isabelle. Era impressão minha, ela está normal. Foi bom ter contado a alguém. Não dei detalhes, não tenho coragem. Mas ela me ouviu.

Mas o namoro de Nic e Brad até que está durando. Já se passaram várias semanas, e estamos no primeiro dia das Competições Internas Poliesportivas. Não estou participando. Para quê? O Brad vai estar lá torcendo por Nic todos os dias e o que é pior, ela estará torcendo por ele em seus jogos também! Argh, que namoro irritante!!

Habituei-me a, todos os dias, dar uma pequena espiada neles namorando no intervalo. Não, eu não sou masoquista! Apenas estou tentando descobrir se eles têm uma briga, algo assim, pois dessa maneira terei a chance de consolá-la, se for preciso!

Bom, é importante que eu saiba se haverá alguma competição com Nicole ao mesmo tempo em que alguma com Brad, assim ele não irá vê-la, e eu irei!

— E aí, Brad? Vai participar de quê?

— Ah! voleibol e basquete.

— Legal.

— E você?

— Ah, tou meio atrasado nos estudos, decidi não participar de nada.

— Ah...

Consegui espiar Nicole se inscrevendo em basquete, handebol, futebol e natação, como no ano passado.

Então fui ver a tabela dos jogos e, para minha alegria, a primeira prova de natação iria ocorrer simultaneamente ao primeiro jogo de vôlei de Brad!

Não resisti. São quase 14h, e a qualquer momento a prova de natação começará. Não deixam a platéia entrar na área ao redor da piscina, mas há uma espécie de arquibancada, e de onde estou dá para ver tudo direitinho. E mais: na saída para o vestiário eu a estarei esperando, para ver mais de perto!

Bom, nem adianta dizer que ela estava linda, com um maiô azul-marinho e touca prateada. Nossa, muito bonito ela colocando os cabelos dentro da touca! Será que estou ficando bobo por achar essas pequenas coisas bonitas?

Não deu pra ver muito do corpo dela, apenas que as pernas são lindas, como eu já sabia! Ela não foi muito bem na prova de nado estilo crawl e não se classificou para a final. Na prova de nado estilo peito ela se deu melhor e chegou em terceiro. Como o número de inscritas foi pouco, já foi a final e ela ganhou o bronze. Corri para a saída do complexo e então a avistei tirando a touca e vindo na minha direção, de maiô e molhada! Ela carregava uma bolsa de atleta quando me avistou e sorriu.

— Max! Você viu as provas?

— Vi, você estava ótima! Parabéns pelo bronze!

Ela então passou pela roleta e me deu um rápido abraço. Foi incrível sentir os pingos de água sobre o corpo dela pulando para o meu, principalmente no pescoço. Pude observá-la de perto, e essa vai ser mais uma imagem para se juntar aos momentos que eu jamais irei esquecer!

Ela entrou no banheiro, mas antes me disse:

— Você espera eu tomar um banho?

— Claro!

Como eu poderia responder outra coisa? Claro que eu espero! Ora, mesmo que passemos apenas alguns minutos juntos, será extremamente gratificante, pois não tivemos momentos assim nos últimos tempos.

Nem cinco minutos se passaram e ela saiu, vestindo saia jeans, blusinha verde, meio folgada e de alça, e óculos escuros.

— Vamos comer alguma coisa ali na lanchonete? Tou morrendo de fome!

— Claro!

Ah... ela quer que eu faça companhia a ela no lanche!

Pedi um cheeseburguer e um refrigerante, e ela pediu o mesmo! No meio do lanche, ela puxou um assunto:

— Max, aconteceu alguma coisa?

— Hã?! Como assim?

— Sei lá, você anda meio distante de um tempo pra cá.

Claro, você queria que eu segurasse vela para você e Brad? Bah!

— Ah... não, não! Não aconteceu nada não. É que... ando estudando demais, sabe?

—- Hmm, sei...

Quando acabamos o cheeseburguer, fomos caminhando até o colégio, era perto. Ela vai assistir os jogos (duh! Brad vai jogar basquete), mas eu apenas vim trazê-la e vou embora. Até pensei em assistir, mas só de imaginar as cenas deles se agarrando... dá até nojo!

Deixei-a na porta e ela se despediu dando um beijo na minha face. Puxa, valeu bem a pena ter ido ver essas provas de natação. É incrível! Como pode haver uma garota tão bela, tão perfeita? Eu amo essa menina, ah se amo!

— Putz, Jamie... Ela gosta daquele imbecil do Brad! O que eu fiz para merecer isso? Sempre fui responsável...

— Ah, Max, essas coisas são assim mesmo. Todo mundo passa por isso algumas vezes na vida, tenho certeza de que o Jamie concorda comigo, não é?

— Uma ova! Max, você marcou bobeira, deixou passar, agora parte pra outra, rapaz! Não deixe uma mina te afetar desse jeito. Você é homem, aja como tal!

— Argh, Jamie, não precisa ser tão machista. Como dizem por aí, os brutos também amam, ou melhor, homens também se apaixonam e sofrem por amor.

— Nah, Cleve, eu acho isso besteira. Homem deve se apaixonar pela garota que tá afim dele, não por outra.

— Mas Jamie, e que garota está afim de mim? Não há nenhuma! Eu sou excluído desse ramo da sociedade.

— Ah, Max, não é bem assim. O Jamie tem uma parcela de razão, com certeza existe alguém que gosta de você, mas os homens são lerdos para notar essas coisas.

— Puxa, Cleve... Outras garotas não me interessam. Eu quero Nicole, não outras! E ela não me quer. Meu, o que ela viu no Brad? O cara é burro, feio e chato. Putz, não entendo essas mulheres...

— Ah, o Brad pode ser atraente sim, Max. E outra coisa, ele teve iniciativa. A maioria das mulheres gosta de homens que tomam a iniciativa, coisa que você não fez.

— Eh, rapaz, você devia ter botado moral!

— Inferno... É isso... Minha vida agora vai ser um inferno? Será que vale a pena dar continuidade a isso?

— Até que enfim você compreendeu que o melhor é esquecê-la.

— Não estou duvidando da continuidade do meu amor, Jamie. Esse não vai acabar jamais. Estou questionando se vale a pena viver sem ela...

— Max, não diga uma coisa dessas!

— É sério, Cleve, não agüento mais não tê-la! Eu acho que seria mais fácil terminar tudo por aqui...

— Ta ficando louco, Max? Pense na sua mãe, ela te ama!

— É, pow, relaxa, a vida é legal, você vai ver. Logo você desencana dessa e tá na melhor.

— Ouça o Jamie. Pode ser mais fácil tirar sua vida agora, mas nem sempre o caminho mais fácil é o melhor. Você é forte, Max! Vai desistir assim tão fácil? Por que você não tenta conquistar a Nicole? Aposto que o namoro dela com Brad não vai durar tanto quanto você pensa... E aí você terá uma nova chance!

Confesso que senti um pouco de vergonha por ter pensado em suicídio. Sou muito jovem para morrer. Tirei logo essa idéia da minha cabeça. Cleve está certa, o namoro dos dois não vai durar e então ela perceberá que comigo dará certo!

No primeiro dia de aula após a festa foi tudo muito estranho. Brad falou comigo normalmente, Nic também, e entre eles também, como se nada tivesse acontecido. Bom, talvez tenha sido mesmo só um "fica" e não signifique muito para ambos. Melhor assim. Infelizmente fiquei com as imagens daquele filme de terror na minha cabeça, e as revejo a cada instante.

O segundo dia foi também normal, mas o terceiro não. Antes mesmo da primeira aula, Brad sentou perto de Nicole e começaram a conversar. E durante as três primeiras aulas eles conversaram. Sabe-se lá o que, mas conversavam sempre que o professor não estava olhando. Enfim, chegou o intervalo. Eles saíram, ainda conversando e, disfarçadamente, os segui.

Pararam num corredor, como se estivessem num impasse e, de repente, se beijaram. Aaaaargh! Que pesadelo. Será que eles tinham decidido ficar no intervalo das aulas agora?

Mas eu estava enganado, eles não tinham decidido ficar novamente, mas sim namorar. Ouvi Brad contando a Tom que eles estavam namorando, e que ele estava apaixonado. O que eu vou fazer agora? Oh, céus! Ganhei um estúpido adversário, e que está quilômetros à minha frente. Como recuperar essa vantagem? Será possível?

Eu jamais esquecerei essa noite... Eu não sabia que as pessoas podiam sofrer tanto assim... Nossa, mas é uma dor lancinante, como se meu coração fosse explodir a qualquer instante. É curiosa a forma como as coisas acontecem. Eu estava muito bem gostando de Isabelle, e de repente esse furacão passa na minha vida e deixa tudo de pernas pro ar. Nada mais faz sentido.

O que é a vida sem esse sentimento? Qual a graça de estudar sem Nicole ao lado? Pra que jogar videogame, se Nic não está comigo? Minhas razões agora se resumem a uma única: meu amor por Nicole.

Eu achei que essa festa fosse uma boa situação para dar em cima dela, tentar alguma coisa. Mas nada disso aconteceu. Nem tive oportunidade. Um idiota que eu pensava ser uma pessoa legal chegou na minha frente e ela aceitou ficar com ele. Como pode? Ela nem o conhece direito...

— Como eu pude deixar passar as oportunidades quando elas surgiram?

— Max, não se culpe. A vida é assim mesmo, tem dessas coisas.

— Não, Cleve. Uma vez sim, mas... duas? Eu não ter pedido para ficar com ela na festa do ano passado foi perdoável, afinal... como eu iria saber? Mas aquela chance que tive de beijá-la... foi demais. Agora é tarde.

— É, rapaz... marcou bobeira, agora acho melhor partir pra outra.

— Como partir pra outra, Jamie? Como? Se eu não consigo nem pensar em outra coisa que não seja nela?

— Calma, Jamie, ele precisa de um tempo.

— Não há tempo capaz de vencer esse sentimento. Vocês podem não acreditar em mim, mas esse amor será eterno.

E agora? Jamie acha que devo partir pra outra, Cleve que devo dar um tempo. Mas como fazer qualquer uma dessas coisas? Meu amor não deixa. Serei agora um sofredor. Sofrerei por amor.

Os demais dias da semana passaram como um furacão! Quando me dei conta, era o dia da festa. Acertei de ir buscar o Mike, dessa vez. Ano passado fui de carona com ele, mas esse ano minha mãe vai nos levar e voltamos de táxi. Ele vai dormir aqui em casa.

Bom, apressei minha mãe porque eu não queria que Nic chegasse antes de mim, de maneira alguma. Pegamos Mike umas dez da noite e chegamos cedo na festa. Vi que Isabelle estava por lá, com uma amiga. A peguei olhando para mim, mas ela acabou virando o rosto. Até agora não compreendo o porquê dessa besteira dela comigo! O que eu fiz?!

Tom e Brad logo chegaram, juntos, e ficamos os quatro conversando. O som começou a rolar, mas não começamos a dançar, até que Amanda e Nicole chegaram. Nem vi como Amanda estava vestida, mas Nic usava uma calça jeans apertada, preta, com umas manchas em formato de mão, brancas. Acima da cintura ela usava uma blusa branca, colada, de mangas curtas. Usava ainda um tênis que mais parecia um sapato, preto. As duas passaram direto por nós, só acenando e foram parar em Isabelle e Alicia.

Mas só o fato dela ter passado perto já tinha me deixado atordoado com seu perfume! Nossa, jamais vou conseguir esquecer esse saboroso odor! Se eu tivesse um frasco desse perfume, seria capaz de bebê-lo!!!

Alguns minutos e as quatro se aproximaram da gente. Nicole falou:

— Por que nós oito não formamos uma roda para dançar, todo mundo junto?

Brad respondeu por todos:

— Só se for agora!

Andamos para mais perto do centro do local, onde tinha mais gente, abrimos espaço e começamos a dançar. Eu não conseguia me concentrar muito bem, pois não tirava os olhos de Nicole. As recordações da festa do ano passado me vieram à mente, e eu pude admirar novamente seus movimentos sensuais de dança. Por um instante, imaginei que aquele lugar estivesse vazio, apenas ela dançando para mim. Mas logo Tom quebrou minha concentração, perguntando se eu não queria um refrigerante.

Fomos então beber o refrigerante, mas não desgrudei os olhos de Nic. Mesmo à distância, pude acompanhar seus movimentos. Às vezes alguém entrava na frente, mas eu logo conseguia achar uma brecha que clareasse minha visão dela.

Quando voltamos para a roda, Mike estava dando uns pegas em Alicia. Até me surpreendi, porque nunca tinha visto eles se falando, mas agora estavam no maior amasso. A roda estava no seguinte sentido, da esquerda para a direita: eu, Tom, Brad, Nicole, Amanda, Isabelle, Alicia e Mike. Como eu não tinha muito o que conversar com Nic mesmo, tava até meio sem jeito ainda, achei bom que ela tenha ficado mais ou menos de frente para mim, assim eu podia observá-la bem!

Mas de repente ela começou a conversar com Brad. Eu não podia ouvir sobre o que falavam, pois o som estava muito alto. Aliás, exatamente por isso, eles cochichavam no ouvido um do outro. Mas eu vi que ele estava todo sorridente e volta e meia ela dava umas risadas. O que aquele imbecil estava falando? Mas logo eu soube, através de uma das visões mais aterradoras da minha vida, e um momento que eu jamais irei esquecer.

Brad pegou no pescoço de Nicole e a beijou. Na boca!! Aquilo foi como uma bomba atômica no meu coração! Ele estava pedindo para ficar com ela!! E ela aceitou! Glup! O que ele tem? O que aquele imbecil metido à merda tem que eu não tenho? Puta merda! Parei de dançar assim que vi, com o choque! Mas vi que Isabelle me olhou espantada e voltei a dançar (ou o que quer que meus desajeitados movimentos fossem, pois não pareciam dança).

O resto da festa foi horrível. Não vi mais nada além daqueles dois se agarrando! É, agarrando!!! Grrr!!! Ele passou a mão na cintura dela, dançaram coladinhos!! Eu poderia muito bem ter ido embora e não vir mais nada daquilo! Mas eu tinha que ficar! Tinha que ver que safadezas mais eles iam fazer na minha frente! Além do quê, Mike ia voltar comigo e estava curtindo a festa.

Mas eu me desanimei completamente. Passei o resto da festa dançando como se estivesse no piloto automático, sem ver o que estava fazendo. Não desgrudei os olhos dos dois. Aliás, ela nem sequer olhava para mim! Diaba! Ela sabe que eu gosto dela, podia ter tido um pouco de consideração pela minha presença! E eu pensando que ela poderia me dar uma chance... Aquele maldito Brad!!!

Durante as horas de festa eles trocaram muuuuuuita saliva, beberam refrigerante, dançaram agarrados, e mais!!! Houve um momento em que eles se afastaram da roda e se encostaram a uma parede, só pra namorar! Pude ver ele atacando o pescoço dela e, pasmei quando vi, passando a mão em seu bumbum! Miserável! Grrr! Que noite horrível!

Minha mente se enchia de coisas! E se eles passassem a namorar? Como eu poderia suportar essa agarração todos os dias? E se... não!! Ela não faria isso! Mas, vou esperar ela ir embora para garantir. O que quero dizer é... será que há chances dele saírem daqui juntos e continuarem a festa em outro lugar? Não, não pode ser! Ele não tem esse direito! E ela não faria isso logo no primeiro encontro, digo, num “fica”!

Ao menos isso foi assim! Quando eles voltaram para a roda já eram quase três da manhã. Nic tinha retocado o batom, cochichou algo no ouvido de Amanda e de Isabelle, que falou com Alicia. Então Amanda falou:

— Rapazes, estamos indo! Foi um prazer dançar com vocês!

Alicia beijou Mike mais uma vez e Brad fez o mesmo com Nicole e as quatro saíram! O merda do Brad ainda veio comentar, putz!

— Meu, que festa boa, hein? Porra, Nicole beija pra caramba! E os seios dela? Com aquela blusa branca, quando ela suou fiquei vendo tudo! Uff, só faltei me acabar de tesão!

Eu não podia mais ouvir isso!

— Bora indo também, Mike?

— Beleza! Té mais, galera!

Só acenei, nem falei mais nada. Saí dali com vontade de esmurrar Brad até o rosto dele ficar desfigurado! Até que nunca mais garota nenhuma conseguisse por os olhos nele!! Decididamente, esse foi o pior dia da minha vida!

Ela é, definitivamente, a garota mais bonita do mundo! Hoje as aulas se reiniciam e aqui estou eu, no colégio, sentado na minha cadeira, quando ela entra pela porta, estonteante. Seus cabelos umedecidos, se balançando a cada passo seu, exalavam seu inconfundível perfume. Ela usava brincos de argola, com uns quatro centímetros de diâmetro, dourados.

Eu estava de queixo caído, vendo-a, deslumbrante, quando seus olhos encontraram os meus e ela sorriu. Fiquei meio abobado, não esperava que ela fosse sorrir assim. Mas além de sorrir, ela se dirigiu ao lugar onde eu estava sentado.

— Max!! Tudo bom? Eu tava com saudades! Como você passou as férias?

Seu perfume me inebriava.

— Oi, Nicole! Passei bem, em casa mesmo. E-e você?

Mentira, foram péssimas, sem vê-la!

— Eu viajei um pouco, me diverti bastante!

— Que bom!

Eu tinha me decidido por admirá-la cada vez mais. Digo, estudar todas as partes do corpo dela, uma a uma. Nesse exato momento eu me deliciava em observar as curvas do seu pescoço. Ela se levantou para falar com alguém que tinha chegado e eu continuei olhando seu pescoço.

Tivemos três aulas de biologia, com três professores diferentes. No intervalo, Nicole ficou pela sala conversando com Amanda, que agora era da nossa turma. Eu obviamente fiquei também, ainda admirando os contornos do seu pescoço. Pode parecer que estou ficando louco, mas apenas quero gravar bem na minha memória cada detalhe dela, para jamais esquecer. Mas o que estou dizendo? Não precisarei ter na memória, porque iremos nos casar e a verei todos os dias!

Bom, a quarta e quinta aulas foram de geografia. Na sexta, Janice e a dona Yoko entraram na sala. A chatíssima diretora falou primeiro:

— Turma, quero lembrá-los de que devem prezar pelas instalações do colégio, que devem respeitar os professores e estudar mais nesse ano. Ano que vem vocês prestarão vestibular, então não devem relaxar, desde já. Como sempre, nosso tradicional baile de boas-vindas aos alunos do Ensino Médio se realizará nessa sexta. A coordenadora Janice falará com vocês a respeito.

Tivemos sorte. A partir desse ano, Janice era coordenadora não só do primeiro, mas do segundo e do terceiro anos também. Então, após a dona Yoko sair, ela começou a falar:

— Olá, como passaram as férias? Bem, a festa é do mesmo jeito do ano passado, não vou repetir tudo, pois não há novos alunos. A senha é o crachá do colégio de cada um, a festa será mais uma vez no Ponce de León e começará às 22 horas, se prolongando até a animação de vocês acabar. O som será eletrônico, pedidos de músicas podem ser feitos. Ah, vale lembrar: será expressamente proibido o consumo de bebidas alcoólicas e de cigarros, além de outros tipos de drogas. O aluno pego com qualquer uma dessas restrições será expulso do colégio. Bem, amanhã eu trarei os horários de vocês. Tenham um bom dia!

Ah, a festa! Nicole parecia mais animada para o meu lado, será que ela estava pensando em me dar uma chance? Bom, vamos aguardar para ver, mas vou me preparar bastante para essa festa, se vou!

Férias... férias de fim de ano...quem as inventou? Quem me está fazendo passar longos dois meses sem ver Nic? Eu nunca imaginei que o amor fosse algo tão intenso. Todas as sensações experimentadas são extremas. Aquele que ama expõe seus sentimentos, traz todas as suas emoções para fora.

Estou muito frágil. Tudo me afeta demais! Tendo relação com Nicole ou não, os eventos têm me chocado mais que o comum. Essa semana me peguei emocionado com um filme! Isso nunca tinha acontecido! Era um romance, gênero que não adoro, gosto apenas de alguns especiais, e o casal teve muitos problemas para ficar junto no final! Todo esse conjunto de clichês... mesmo assim, quando eles puderam, enfim, ser felizes, me emocionei! Talvez seja um pouco de inveja! Será? É possível... Sim, eu queria muito estar no lugar do mocinho do filme! Ele sofreu, como estou sofrendo, mas ao final ficou com a garota que amava!!!

Mas espere aí! Minha vida está muito longe do fim! Minha história com Nicole ainda não teve seu derradeiro fim! Estamos apenas em uma má fase! Estou sofrendo como o personagem do filme! E ao final serei feliz ao lado dela, como ele. Afinal, são ou não os filmes inspirados nas situações do cotidiano? Principalmente os romances! É isso!

Ah, se eu tivesse um controle remoto para adiantar esse filme da minha vida para o momento em que poderemos ser felizes...

E as férias não acabam... Um mês sem Nic! Argh, mal consigo ver sua imagem em minha mente! Por que isso acontece? Posso me lembrar de Brad, de Tom, dos professores, até da diretora Yoko, mas de Nicole eu só lembro vagamente! O que isso significa?!!

E as férias não acabam...

— Max, esquece essa menina, rapaz!

— Ah, Jamie! Mesmo que eu pudesse, não o faria! Minha história com Nicole apenas começou. E o final será feliz! Como eu poderia desistir de um final feliz?

— Puxa, Max, foi tão lindo isso que você disse...

— Obrigado, Cleve. É o amor que mexe com as pessoas. A vida é completamente diferente para mim agora. Minha vida se divide em antes de Nicole e depois de Nicole. Ela é tudo.

— Cleve, faz alguma coisa com esse menino!! Ele não pode desperdiçar a juventude dele gostando de uma menina que não gosta dele!!!

— Ei, Jamie! Ela não gosta de mim ainda! Mas eu estou aprendendo com os meus erros! Um dia, saiba, um dia ela vai gostar de mim como gosto dela.

— É, Jamie. É tão lindo amar. Deixe-o viver isso um pouco! Ame, Max! Ame-a como puder! E aproveite esses momentos, pois são raros em nossa vida!

— Não na minha, Cleve. Meu amor por Nicole e o futuro amor dela por mim... o nosso amor não vai se limitar a momentos!!

— Vocês dois estão é malucos!

Enfim chegou a semana de provas. Eu não tive muita vontade de estudar, e como já não andava prestando muita atenção às aulas, acabei não tirando notas muito satisfatórias. Tipo, passei por média, mas em algumas matérias foi só porque eu já tinha tido um desempenho muito bom no ano até agora.

Foi na véspera das provas que um acontecimento diferente me marcou: Nicole passou todo o intervalo conversando com Brad. Observei-os de longe e vi que riam bastante. Mas não pude ouvir nada, não queria que eles percebessem que eu estava prestando atenção.

No primeiro dia de prova decidi esperar ela sair, e fazer de conta que estava saindo no mesmo horário, apenas para vê-la mais uma vez. Ela demorou uma hora a mais que eu, mais ou menos. Quando saiu, veio acompanhada de Brad e eles foram à biblioteca! Maldição, ela estava estudando com ele! Eu que devia estar lá!

Essa situação se repetiu até o penúltimo dia de provas. No último a vi sair e pegar o ônibus. Fiz questão de guardar bem sua imagem na minha cabeça, porque eu sabia que passaria dois meses inteiros sem vê-la. Bem, sempre tem chances de esbarrar com ela no centro ou no shopping, mas é bem improvável.

Inferno! Será que Nic está gostando de Brad? Putz, o que ele tem que eu não tenho? Era assim com Tom? Não, ela não chegou a estudar com Tom, nem conversar tanto tempo com ele. Droga, ela deve estar gostando do maldito Brad mesmo... o que eu vou fazer? Tenho que fazê-la desistir dessa idéia! Meu, mas se ela mal fala comigo... ai, e mesmo nessa situação começam as férias... e se durante as férias eles se virem? E se estiverem começando um namoro? Ai, mas não vi nada suspeito... Será que ele está gostando dela e não o contrário? Bem, que ele gosta dela é fato, afinal ela é linda e tudo o mais, é muito fácil se apaixonar! Só tenho que torcer para que ela não retribua! Ai, mas o Brad é tão direto com as garotas!!! Se ela fizer tudo que fez comigo ele vai agarrá-la e ela vai gostar! Merda! Mas que estúpido eu sou! Por que diabos eu não a beijei naquele dia em que ela pôs a mão no meu pescoço? Grrr, eu sou um burro mesmo! Merda! Droga de férias! Droga de Brad!

Nunca esquecerei o momento em que ela disse que não gostava de mim. Para mim pareceu que o fim do mundo tinha chegado, e eu já estava no inferno. Tentei me convencer algumas vezes de que eu tinha sonhado aquilo, ou que era minha mente me pregando uma peça, mas eu estava só tentando me enganar. Na realidade eu sabia que meus sonhos estavam desfeitos, que minha vida estava fadada ao desânimo, que tudo tinha acabado.

As aulas estavam próximas ao fim. Nicole agora mal falava comigo. Só se nos encontrássemos realmente de frente ela arriscava um "oi" sem expressividade. Mas uma coisa não tinha mudado: ela continuava linda!

Meus sentimentos eram outros agora. Não que eu tenha deixado de amá-la, mas tudo ficou mais intenso. Eu durmo pouco, não consigo prestar muita atenção nas aulas, choro quase todas as noites... Na verdade, ainda não raciocinei bem como vão ser as coisas de agora em diante... a única coisa que sei é que ainda a amo, queira ela ou não.

Eu sinto como se os alimentos não nutrissem meu corpo, como se me faltasse água... o que me mantém é o oxigênio, e esse oxigênio é vê-la todos os dias nas aulas, sentir seu perfume quando ela chega, acompanhar seus movimentos. Entretanto, até isso vai ser privado de mim. Faltam apenas duas semanas para as férias, e então passarei imensos dois meses sem ver aqueles lábios, aqueles olhos, sem sentir aquele perfume...

— É isso, Jamie. É isso, Cleve. Não sei o que fazer.

— Max, você agora está ferrado! Meu amigo... ela disse não, e pronto! Parta pra outra assim que puder!

— Mas, Jamie! O que eu sinto por ela é amor, só isso! Será que dá pra entender? Não vou me livrar disso assim da noite para o dia!

— Ah, tenho certeza que nessas férias você vai conhecer alguma gatinha... e bau, bau, Nicole!

— Nenhuma garota pode ser o que ela é para mim!

— Calma, Max. Também não é assim.

— É sim, Cleve! Eu sei! Vou morrer amando Nic!

— Olha, Max... você está sofrendo agora, mas você gostou dos momentos que passaram juntos. Valeu a pena?

— Sim, eu faria novamente!

— Então não importa o que aconteça, o que você já viveu ao lado dela valeu a pena.

Entusiasmado, fui para a aula na segunda seguinte, ansioso para reencontrar Nicole. O dia maravilhoso que passamos juntos me fez amá-la ainda mais. Agora, mais do que nunca, a desejo. E estou decidido a tomar uma iniciativa. Ainda não sei quando, mas tomarei sim!

Na primeira aula, ela chegou atrasada, e não olhou para mim. Precisei aguardar até o intervalo, quando me levantei apressado para conversar com ela.

— Oi, Nicole. Tudo bom?

Ela se levantava da cadeira levemente apressada quando me respondeu:

— Oi, Max. Eu queria conversar com você após a última aula, pode ser?

Sua voz denotava seriedade. Eu tomei um choque, mas respondi:

— Sim, claro. Eu te espero no ponto de ônibus.

— Ok.

E saiu sem mais nada dizer, nem ao menos me brindar com a graciosidade de seu sorriso.

Só depois de ela sair pude me deparar com o que tinha acabado de acontecer. O que ela queria conversar comigo? O que poderia ser? Passei o intervalo todo pensando, e não só ele. Não consegui mais prestar atenção às três últimas aulas. Será que...? Não, não pode ser. Quero dizer, por que não? Err, será que ela está gostando de mim e quer se declarar? Ai, ai, será que tenho coração para resistir a uma coisa dessas?

As três aulas passaram lentamente, e quando faltavam cerca de quinze minutos para o fim, minha adrenalina subiu ao limite e fiquei extremamente nervoso. Quando acabou, desci apressado, sem olhar para Nic, e sentei no ponto de ônibus. Dois minutos depois, ela chegou e sentou ao meu lado.

Fiquei calado, muito nervoso. Será que em cinco minutos aconteceria meu primeiro beijo? Eu estava confiante de que conseguiria dizer que também gostava dela.

— Max, vou ser rápida. É que passamos muito tempo juntos no dia da Gincana, e eu pude te observar melhor.

Ai, ai, ai, o que ela está dizendo?

— E eu notei pelo modo como você age e me olha que você gosta de mim.

Booooooom!!! Meu coração explodiu, só pode ter sido. Não sinto mais ar entrando, meu coração parece estar na minha boca. Não raciocino direito.

— E não quero te magoar, por isso resolvi dizer logo que não sinto o mesmo por você.

O dia seguinte passou tão rápido que não deu tempo de aprender assunto nenhum. Quando me dei conta, minha mãe estava me deixando na porta do colégio, faltando dez minutos para as oito da noite.

Entrei e logo vi o aglomerado de pessoas da minha faixa etária. Juntei-me ao pessoal do 1º. Nic não estava lá. Mas foi só uma questão de tempo até ela aparecer. Usava uma calça jeans apertada e blusa preta.

— Oi, todo mundo!

— Oi, Nicole.

Mal respondi sua saudação, surgiu Janice nos convidando a entrar. Fomos levados a uma sala grande que eu desconhecia. Uma espécie de auditório. Tinha um telão e a diretora estava na frente. Quando os 75 alunos se organizaram nas cadeiras, ela falou:

— Boa noite, turma. Está aberta a I Mega-Gincana! Seus pais cederam vocês essa noite para que o evento se torne mais emocionante. As duas primeiras tarefas serão realizadas aqui no Auditório Coliseu. Na primeira tarefa, serão exibidos alguns filmes curtos e após cada filme, a equipe deve responder três perguntas com alternativas sobre o mesmo. Cada pergunta respondida corretamente vale dez pontos. Na segunda tarefa, um mímico será convidado a subir à frente do telão, e cada equipe deverá tentar adivinhar cinco mímicas, valendo vinte pontos cada. Em cinco minutos começaremos.

Uma menina do 1º C chamada Amanda nos reuniu rapidamente, e disse para prestarmos bastante atenção ao filme e nos concentrarmos.

E então a prova se iniciou. O primeiro filme era um documentário sobre a Grécia. Durou cerca de quinze minutos. Uma das perguntas foi "Em que século foi construído o Partenon?". Na seguinte, "quantos locutores diferentes narraram o documentário?". Por fim, "quantas colunas passaram na tela?".

O filme seguinte era um preto e branco, mudo, cômico. Em seguida, um pequeno drama sobre uma senhora que perdera o marido na segunda Guerra. Depois, um documentário chatíssimo sobre lagartas. O último vídeo foi um desenho animado japonês futurista.

Quando o mímico entrou no auditório, já passava um pouco das dez da noite. A diretora sorteou a ordem das equipes na prova, e nós ficamos em segundo. Foi bom porque aprendemos o estilo da prova com a primeira equipe. Adivinhamos três das cinco mímicas: um macaco, Rambo e um helicóptero.

Houve um pequeno intervalo, o qual aproveitamos para lanchar alguma coisa. Comprei salgadinho e ofereci a algumas meninas que estavam na mesa comigo e Nicole. Não sabia o que falar, fiz uma pergunta:

— Nossa, o que vocês acham que vai ser agora? Até então está bem legal, né?

Amanda respondeu:

— Ah, eu tou adorando! Quantos pontos será que fizemos?

Enquanto comentávamos, nos chamaram para a quadra. Lá chegando, vimos cinco mesas dispostas num grande círculo, com microfones e algo que parecia uma campainha. Em outra mesa dentro do círculo, maior, estavam a diretora, Janice, mais alguns coordenadores e um professor que eu só conhecia de vista.

— Atenção, pessoal! Cada equipe deve escolher cinco pessoas para participar dessa prova. Como dica, exige raciocínio rápido e vivacidade!

Eu fiquei no meu canto e as meninas foram escolhendo, e Nicole veio falar comigo!

— Max, vem! Você é inteligente!

— Eu?! Não, Nicole. Nada a ver...

— Ah, vem!

Com aqueles olhos pedindo, como eu podia negar?

— Tá bom!

Ela me puxou pela mão e me colocou junto a mais três caras de outras salas, e uma menina. A diretora voltou a falar:

— Os escolhidos devem se dirigir à mesa com o nome de sua equipe. Muito bem! Trata-se de um jogo de perguntas e respostas. O professor Watson fará perguntas e a equipe que souber responder aperta a campainha vermelha na mesa e responde no microfone. Podemos começar?

Eu não podia decepcionar! Nicole confiava em mim!!

E então teve início a terceira prova. Foram perguntas das mais diversas áreas e nós fomos respondendo. Acertamos seis das vinte e nos tornamos a equipe com mais pontos na prova! Eu respondi três das seis! Quando acabou a prova, Nic me abraçou!

— Max!!! Você tava ótimo!

Valeu bem a pena ter aceitado o convite dela. Vou me lembrar de jamais negar um pedido de Nicole! A diretora falou novamente.

— Pessoal, teremos dez minutos de intervalo enquanto organizam a quadra para a próxima prova. Enquanto isso vocês devem mais uma vez escolher cinco de cada equipe. Os cinco devem ser bons esportistas! Ah, sim. Querem saber como anda a pontuação?

O pessoal gritou bastante e então ela disse:

— A equipe 5ª/6ª está com 150, a 7ª/8ª com 170, a 2º com 190, a 1º com 220 e a 3º com 240!

Nós comemoramos bastante nossa segunda colocação!!! Mas no meio da comemoração, Amanda lembrou que deveríamos escolher cinco de nós. Nicole logo se ofereceu, Amanda também, mais uma menina e dois meninos.

Quando voltamos à quadra, o gol estava armado de um lado, com um goleiro verificando a rede; havia uma pista imitando a de atletismo; e mais algumas coisas estranhas.

A prova correu tudo bem. Era tudo uma questão de tempo. Uma das integrantes deu duas voltas na pista de atletismo; quando esta chegou, foi a vez de um dos meninos passar pelo meio de um emaranhado de fios; em seguida, Amanda teve que achar uma chave numa piscina de bolas; depois foi a vez de Nicole, que teve que fazer cinco gols de pênalti de handebol no goleiro; por fim, o último participante teve como tarefa escalar um trechinho da parede da quadra. A pontuação contava a partir do tempo do último colocado, que não recebia pontos. Terminamos 120 segundos antes do pessoal da 5ª/6ª e portanto ganhamos 120 pontos.

A diretora falou mais uma vez:

— Bom, quero parabenizá-los pelo espírito esportivo! Todos estão muito bem e a Mega-Gincana está equilibrada. Iniciar-se-á agora uma prova mais longa, da qual apenas um integrante de cada equipe participará, e enquanto ela se desenrolar os demais integrantes devem se preparar para a prova seguinte. Quero que cada equipe selecione um membro que goste de jogos de videogame! E também devem selecionar três pessoas que gostem de dançar músicas da cantora Angel!

Nossa! Duas provas bacanas! Eu quero participar da primeira, acho melhor me oferecer! E... Angel! Puxa, ela está fazendo sucesso mesmo, até a antiqüíssima diretora Yoko já conhece!!

— Amanda! Eu posso fazer a prova do videogame! Jogo isso desde os 5 anos de idade!

— Tem certeza, Max?

— Posso ganhar essa!

Nicole estava ouvindo e me deu um abraço, falando baixinho perto do meu rosto:

— Vai lá, confio em você! Vamos ganhar essa!

Senti o calor emanando de sua boca enquanto ela balbuciava perto da minha face, com os braços passados pelo meu pescoço e o corpo parcialmente encostado no meu. Desde que descobri que a amava, não tínhamos tido um momento tão íntimo ainda!! Meu coração foi a mil, mas consegui dizer:

— Não vou decepcionar!

Não vou lhe decepcionar, meu amor!

Já era quase uma da manhã quando fui sendo encaminhado com outros quatro meninos (cadê as mulheres? Nenhuma joga videogame???) para uma sala com cinco televisões e um videogame moderno. Nicole e uma menina bem agitada se voluntariaram para a prova de Angel, e arrastaram um menino do 1º C com elas. Os três tinham que aprender a coreografia de uma música do cd dela! Tinham duas horas para isso.

Era um jogo novo, de aventura! Eu adorava jogos de aventura! As televisões foram dispostas de modo a ninguém espiar facilmente o jogo do vizinho. O jogo lembrava muito o estilo de um que eu tinha em casa, e não tive dificuldades! Com uma hora e quinze minutos, zerei-o! Fui o primeiro! Um professor me parabenizou e disse que eu podia ir.

Bebi água e fui atrás de ver onde Nic e os outros estavam ensaiando! Eu não podia perder essa! Vê-la dançando!! E ainda contar que eu tinha sido o primeiro!!! Encontrei Amanda saindo de um WC e ela me levou até a sala onde estavam aprendendo a coreografia.

Nic estava muito suada, e bebendo água, quando entrei e contei que tinha sido o primeiro! Ela beijou rapidamente minha face, desculpando-se por estar suada (embora eu estivesse adorando). E logo colocou a música para tocar novamente.

A música tocava e Nic e os outros dois dançavam, com perfeição.

"I don't care what you're thinkin', I don't care what you feel, I just wanna take you out of my head, out of my head..."

E Nic dançava. Os vi repetir mais duas vezes. Os movimentos dela eram muito graciosos e suas sobrancelhas arqueadas movimentavam-se de acordo com as expressões em seu rosto, que pareciam fazer parte da coreografia. Era uma coisa estranha, mas bela, como tudo que vinha dela.

Janice veio nos chamar, pois estava na hora da prova. Novamente fomos levados para a quadra. Foi feito o sorteio da ordem de apresentação, e nossa equipe será a penúltima. A equipe do terceiro fez uma boa apresentação, as outras também, no geral. Alguns errinhos, mas todos dançaram bem! Só que eu sabia que Nic era melhor!

Ela dançou ainda melhor que no ensaio! Nem consegui ver se os outros dois dançaram bem, eu só conseguia vê-la em toda a quadra! Da arquibancada, meus olhos a seguiam, a cada movimento, analisando suas curvas, suas belas pernas, seus braços torneados, suas delicadas mãos, seu frágil pescoço, o batom convidativo em seus lábios, os olhos delineados, os fios de cabelo balançando acompanhando os movimentos. Nicole era mesmo muito linda!

Os jurados não deram o resultado de imediato, ficaram de analisar e dar depois. A diretora Yoko avisou que a próxima hora seria de folga, para que descansássemos e lanchássemos. Eram quatro da manhã!!!

Parecia tarde, mas eu não estava cansado. A visão de Nicole ao meu lado o tempo todo era gratificante! Criei coragem e elogiei-a também:

— Você dançou muito bem!

— Obrigada, Max!

Seguimos para a cantina, dispostos a fazer um lanche e comentar as provas realizadas. Juntamos quatro mesas e sentamos os quinze! Todos estávamos cansados, mas animados com a Mega-Gincana e ansiosos pela próxima prova.

A hora de folga passou rapidamente e logo um toque foi ouvido, sinal de que as equipes deveriam voltar à quadra. A diretora Yoko estava com o microfone, nos aguardando. Quando todos sentaram, ela falou com rapidez:

— A próxima prova requer rapidez e capacidade de observação. Quando eu disser a palavra “valendo”, as equipes deverão procurar no colégio a maior quantidade de bottons. Há vinte deles escondidos por aí. São iguais a estes.

E mostrou um botton duns vinte centímetros de diâmetro, com o nome do colégio.

— Os bottons devem ser trazidos aqui assim que encontrados, para sabermos quando a prova foi encerrada. Valendo!!!

Foi uma loucura! Nicole se levantou de um salto e saí correndo atrás dela. Ela desceu pelo lado do colégio, dirigindo-se a uma área pouco visitada, um quintal. Foi uma idéia arriscada, mas inteligente. Poucos pensariam naquele lugar, então os bottons dali poderiam ser nossos, por isso inteligente. Mas talvez nem a diretora tivesse pensado neste quintal, e por isso arriscada.

Mas deu certo e ao mesmo tempo em que avistei um bottom dentro de um vaso de planta, Nicole subiu numa árvore, para pegar um que estava num galho alto. Voltamos correndo e quando chegamos com os dois bottons, nossa equipe já tinha pego outros dois. Estávamos saindo a procura de mais quando um menino da 5ª série chegou com o último bottom e a prova foi encerrada.

— Muito bom, muito bom! Vocês foram muito rápidos! Pensei que levaria ao menos vinte minutos para que encontrassem todos! Parabéns às equipes!

Os coordenadores e professores que ali estavam bateram palmas, enquanto a diretora bebia um copo d'água e voltava a falar:

— Tenho aqui cinco envelopes. Em cada um tem um cd de um cantor popular. Um representante de cada equipe deve vir aqui e os envelopes serão sorteados. Cada equipe terá uma hora para apresentar uma imitação do cantor escolhido.

Amanda foi lá na frente e voltou preocupada. O cantor era meio antigo, e ela convenceu um menino do 1º B a imitá-lo. Fomos para uma sala reservada e começaram a ensaiar. Não deu cinco minutos e Nicole se levantou para sair. Eu a segui.

— Aonde você vai?

— Descansar um pouco. Aproveitar esse tempo que temos.

— Er... posso ir com você?

— Pode, claro.

E sorriu para mim. Não sei como tive coragem para fazer essa pergunta ousada!! Não sei o que ela queria dizer com descansar, mas seja como fosse, seria bom estar na presença dela.

Fomos para o pátio, ela sentou no chão e se encostou à parede. Eu sentei do lado esquerdo dela, o mais junto que tive coragem. Ela se aproximou mais, passou o braço entre o meu e apoiou sua cabeça em meu ombro. Jamais esquecerei esse momento! Foi mágico sentir o peso de sua cabeça sobre meu ombro. Sentir o leve odor de shampoo emanando de seus cabelos. Sentir o calor de seu corpo próximo ao meu. Seu braço quente me tocando... foi mesmo mágico.

E ficamos mais de meia hora assim. Nic deu um cochilo no meu ombro e eu não consegui me mexer durante todo o tempo, sem acreditar no que estava acontecendo. Até que um sinal tocou, chamando-nos para a prova.

Nic se levantou meio assustada, olhou pra mim com leve estranheza e correu para a quadra, sem me esperar. Fiquei ali sentado mais uns vinte segundos, atordoado. Então me levantei e fui para a quadra também.

As apresentações me pareceram todas ruins. Não sei quem pareceu melhor aos juizes, não nos deram o resultado.

— Bom, pessoal. Vamos dar mais um intervalo de uma hora para que possamos recepcionar e organizar o pessoal da Feira e às 8:30 nos encontramos aqui novamente. Gostaria de lembrá-los que os banheiros do andar de baixo possuem chuveiros e aqueles que quiserem tomar um banho para despertar melhor, fiquem à vontade.

As meninas e os meninos se dividiram então, indo aos seus respectivos banheiros. O nosso tinha três chuveiros. Revezamos-nos e eu não vi problema em ficar entre os últimos. Passei o tempo refletindo sobre a Gincana. Não sobre a Gincana em si, mas sobre os momentos inesquecíveis que eu estava passando com Nicole por causa da Gincana.

Resolvi comer alguma coisa na cantina e não vi Nic por lá. Alunos do colégio passavam pra todos os lados, pois a feira estava começando. Quando vi a diretora passando em direção à quadra, a segui. Nicole já estava lá, conversando com Amanda. Entreolharam-se quando cheguei e pareceram cortar o papo.

Várias pequenas provas se sucederam, até o meio-dia, quando novamente ganhamos uma hora de descanso. Corri até Nic com pressa, antes que ela fugisse de mim!

— Nicole! Você vai comer por aqui mesmo?

— Sim, vou comer um cachorro quente na cantina.

— Ah, vou com você!

Ela sorriu e seguimos para a cantina. Pedimos os lanches e refrigerante e nos sentamos numa mesa.

— E aí, tá gostando da Gincana?

— Ah, sim, estou. As provas tão sendo bem inteligentes e dinâmicas. Obrigada por ter aceitado fazer parte da comissão, tá?

— De nada.

Droga! Não consegui dizer que estava me divertindo muito ao lado dela. Na verdade, essa seria uma hora excelente para revelar meus sentimentos, dizê-la que a amo! Mas... não! Eu não consegui dizer nada! Fiquei ali apenas observando como ela era linda...

Voltamos para a quadra bem a tempo. A diretora Yoko retomou as atividades:

— É isso aí, pessoal. Já são 13 horas, a Mega-Gincana está cada vez mais próxima de seu final. Bom, cada equipe deve escolher um garoto e uma garota que vocês acreditem serem os mais bonitos da turma. Podem ser da comissão e podem não ser. O casal terá permissão para abandonar suas atividades normais e terá até as 18 horas para sair do colégio e voltar o mais elegante possível. Então escolheremos os mais belos do colégio! Se a pessoa escolhida for da comissão, um outro participante da feira deve substituí-lo na comissão. Vocês têm meia hora para escolher os participantes.

Imediatamente eu pensei em Nic. Ela com certeza era a garota mais bonita do colégio. Mas pensando melhor, se fosse ela, passaria o resto da tarde fora. E era muito melhor tê-la comigo! Bastava-me saber que ela era a mais bela, não precisava que os jurados concordassem.

Reunimos-nos para pensar em alguém e logo as meninas escolheram um garoto e uma garota. Amanda e uma outra menina saíram correndo para achar os dois. A menina era da minha sala. Realmente ela era bonitinha, mas nada perto de Nicole.

Uma e meia a Gincana continuou. A diretora anunciou que cada projeto na feira valeria dez pontos para a equipe. E anunciou a quantidade de projetos de cada uma. Nós tínhamos vinte e ganhamos 200 pontos. Em seguida ela disse que pela manhã, quatro professores analisaram todos os projetos da feira e escolheram os cinco melhores. Eles valeriam pontos extras para as respectivas equipes. Quando ela anunciou, vibramos bastante, pois o projeto dos meninos lá da sala tinha ganhado o terceiro lugar!!

— Atenção, pessoal! Prova urgente! Tem um ator conhecido visitando a feira! A equipe que achá-lo vai ganhar 150 pontos!

Todos saíram correndo em disparada. Nem consegui acompanhar Nicole e a perdi de vista nos corredores. Fui entrando nas salas, para ver se encontrava alguém famoso. E enquanto eu vasculhava, tocou uma sirene. Saquei que alguém o tinha encontrado e corri de volta à quadra, torcendo para que tivesse sido alguém da nossa equipe. Mas não foi!

Eram 14h20min e a diretora deu folga até as 15h, avisando que seria a última folga. Fomos, todos os membros da comissão, comer alguma coisa. Nicole ficou conversando com Amanda, não consegui sentar perto dela na mesa e não dava para ouvir o que falavam. Ao menos pude admirá-la durante algum tempo. Num certo instante, meus olhos encontraram os de Amanda e ela logo tirou a vista.

Bom, a hora chegou e a Gincana estava cada vez mais próxima do fim. A última prova foi anunciada:

— Cada equipe tem até as 18h para criar uma peça teatral com entre 15 e 30 minutos de duração, acerca do tema que desejarem. Vale ressaltar que vocês devem usar de criatividade para pensar no figurino e que ninguém poderá sair do colégio para comprar roupas, improvisem com as que têm! Todos os membros da comissão, e somente eles, devem participar da peça. Nos vemos às 18h, aqui na quadra, quando a comissão de cada equipe vai apresentar sua peça.

Era nítida a preocupação do pessoal, e mesmo a minha. Era muito pouco tempo para planejar e ainda ensaiar uma peça! Fomos para uma sala livre e começamos a discutir idéias.

Somente após meia hora Amanda teve a idéia que todos gostaram. Após debatermos um pouco sobre as idéias dela, chegamos à conclusão final:

— Repassando então, pessoal. A peça será sobre solidariedade e miséria. Enfocaremos em meninos de rua pedindo alguma ajuda no trânsito, e como uma reação errônea por parte das pessoas pode gerar marginais.

Assim que Amanda repassou a idéia básica, começamos a trabalhar. Fomos aos poucos definindo os papéis de cada um. Uns seriam executivos, outros meninos de rua, um rapaz seria um guarda, etc. Eu, Nic e mais alguns ficamos como meninos de rua. Pode parecer besteira minha, mas estou ansioso para ver como Nicole vai ficar com as roupas um pouco rasgadas. Concordamos em rasgar nossas roupas para conferir um ar mais verídico às nossas interpretações.

Como o tempo de apresentação era curto, não precisamos decorar muitas falas. Aliás, muita gente nem falaria nada. Eu fiquei responsável por insistir a um cara que não queria nos ajudar, e por espernear com um guarda que queria nos impedir de pedir esmola.

As três horas que tínhamos passaram muito rápido, mas conseguimos ensaiar duas vezes e a segunda ficou realmente bacana! Se ninguém ficar nervoso na hora, deve dar tudo certo.

Faltando quinze minutos, colocamos as roupas, que no caso dos meninos de rua foram as mais velhas e sujas que tínhamos ali. Nic chegou a jogar a dela no chão e pisar para ficar realmente encardida! Nicole estava com uma blusa branca (agora encardida) e um short preto. Ela puxou violentamente a barra da blusa, deixando sua barriga transparecer. Como era linda! Também rasgou uma manga inteira e arrancou um pedaço da outra. Por fim, fez uns cortes no short, que deixavam aparecer partes de suas coxas! Confesso que me senti realmente satisfeito ao vê-la com tantas partes do corpo desnudas!

Em seguida rasguei um pedaço da minha blusa e Nic se aproximou para ajudar! Puxou uma tira da minha blusa nas costas. Por que não pensei em ajudá-la também?! Desfiei toda a minha bermuda, e então achei que estava parecendo um mendigo realmente.

Quando o sinal tocou, nos dirigimos à quadra. Os coordenadores nos instruíram para ficarmos numa área ao fim da quadra, que estava tampada por paredes improvisadas de madeira, funcionando como um camarim.

As demais equipes chegaram ao mesmo tempo, e logo em seguida pudemos ver pelas brechas do camarim que o colégio inteiro estava entrando e se acomodando nas arquibancadas da quadra, para assistir às duas provas finais. Amanda saiu do camarim para ver se o rapaz e a menina que escolhemos para serem os mais bonitos da nossa equipe estavam prontos. Dois minutos depois ela voltou, dizendo que eles estavam ótimos.

A ordem das apresentações foi sorteada e ficamos por último. O pessoal do 3º apresentou uma versão atualizada de Romeu e Julieta, com direito a beijo e tudo! As falas estavam até boas, mas não foi muito original. A gurizada das 5ªs e 6ªs remeteu à Segunda Guerra Mundial, com a bomba de Hiroshima. O 2º apresentou um criativo musical, mas devem ter sido penalizados porque um cara errou a música e se atrapalhou todo. Por fim, as 7ªs e 8ªs também falaram de romance, e improvisaram um beijo, acho que pra responder o beijo do pessoal do 3º. Eu sei que foi de improviso porque eles estavam do nosso lado e ouvi a menina pedir pro cara beijá-la!! Fiquei pensando como seria legal ser o Romeu de Nicole numa peça dessas! De preferência com direito a beijo também!

Chegou nossa vez e não fizemos feio. Aliás, nossa peça foi bastante aplaudida no final, e eu esqueci até de prestar atenção em Nic, de tão nervoso que estava. Mas não errei minhas poucas falas e, aliás, ninguém o fez. O final, quando a personagem de Amanda reparte o que ganhou com um menino, provocou entusiasmo.

— Atenção!!! Aqueles que apresentaram as peças têm vinte minutos para estar aqui de volta, para o desfile dos mais bonitos e o resultado final!

Corremos para a sala, pra pôr outras roupas. Amanda estava muito confiante e mais apressada que todos. Queria voltar antes dos vinte minutos para dar dicas pros nossos candidatos. Trocamos-nos todos e voltamos para a quadra, com nossas mochilas. O pessoal da nossa turma nos chamou para ficarmos perto deles, na arquibancada. E para lá nos dirigimos. Só então vi nossos mais bonitos. O cara estava de terno e muito bem alinhado. A menina da minha sala estava muito bonita! Bem maquiada e usando um vestido super bacana!!

Mal me sentei ao lado de Nicole e percebi Isabelle sentada mais acima. Ela olhava para mim e tirou a vista rapidamente. Não deu tempo de pensar em muita coisa e a prova teve início. Primeiro foram os garotos. O desfile era realizado dando uma volta na quadra. O nosso era um pouco desengonçado, mas tinha piores. Em seguida, as meninas. A menina do 3º tinha um corpão, evidenciado por um lascão em seu vestido e por um grande decote. Os meninos ficaram todos babando, mas eu ainda preferia Nic!!!

Eram então 20h30min quando os desfiles acabaram e a diretora Yoko assumiu o microfone mais uma vez.

— É isso aí, pessoal. Quero agradecer a participação de todos. Vocês demonstraram bastante espírito esportivo! O pessoal que apresentou projetos na feira também está de parabéns, vi excelentes projetos! Mas chegou a hora de dar os resultados finais.

Ela então anunciou os garotos mais bonitos. O nosso ficou em terceiro, e eu não achei nada mal. Nossa garota ficou em segundo, um excelente resultado, tendo em vista que a menina do 3º era imbatível!

— Antes de dar o resultado da peça, a prova mais importante, vou dar o resultado parcial. Em quinto lugar, a equipe 5ª e 6ª séries, com 1750 pontos. Em quarto, a equipe 7ª e 8ª, com 1900 pontos. Em terceiro, o 1º, com 2050 pontos. Em segundo, o 2º, com 2200 e liderando os 3ºs, com 2500 pontos.

Putz! Estávamos muito abaixo! O pessoal do terceiro tinha 450 pontos de vantagem sobre a gente. A gritaria deles foi geral. Cantavam vitória, e ela facilmente seria mesmo deles. Bastava um segundo lugar na peça e apenas os 2ºs poderiam empatar com eles.

— Em quinto lugar, ganhando 4ª colocação da prova da peça, as 5ª e 6ª séries.

Todos aplaudiram.

— Em quarto, apesar da última colocação na peça, o pessoal da 7ª e 8ª!

Mais aplausos.

Meu coração batia acelerado. Nicole pegou minha mão, e se juntou a mim na torcida. A mão dela estava suando e eu estava numa ansiedade sem fim! Sentir a mão dela tocando a minha num momento de tanta expectativa era demais!!!

— Hmmm, os três primeiros lugares foram muito bem disputados. Preparem seus corações!!! Em terceiro lugar, ganhando a segunda colocação nas peças, a equipe do segundo ano.

Se nesse momento tivéssemos feito as contas, poderíamos ter adivinhado o resultado.

— A equipe campeã, com uma peça admirável e comovente, é a equipe... primeiro ano!

Woo hoo!!!!! Nic me abraçou, suada, e eu apertei-a firmemente, sem querer soltar! Todo o pessoal avançou na quadra, na direção do troféu. Amanda me abraçou também e mais alguns vieram me cumprimentar, elogiando meu desempenho como parte da equipe! Eu estava muito feliz naquele momento! Corri para a quadra, procurando Nicole e a achei ao lado de Amanda, que segurava nosso troféu vibrando muito.

Começaram a tocar música na quadra e nossa comemoração durou ainda uns vinte minutos, quando o povo começou a se dispersar e eu fui embora também, após me despedir de Nic com mais um abraço. Liguei para minha mãe e ela veio me buscar.

Foi o melhor dia da minha vida, sem sombra de dúvidas. Eu amo Nic, e amo senti-la junto de mim! Jamais esquecerei da maravilhosa sensação de tê-la dormindo com a cabeça no meu ombro. Jamais esquecerei de nenhum dos momentos que passei ao seu lado nessas pouco mais de vinte e quatro horas.

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