Começaram enfim os jogos do CIP. Logo no primeiro dia tive uma partida de xadrez. Dei muito azar e logo de cara tive que enfrentar um cara do terceiro ano, que ganhou nos dois anos anteriores. Ainda tentei usar algumas seqüências que conheço, mas ele não errava e em dez minutos de tempo de jogo eu já me vi em xeque-mate.

Os outros inscritos em xadrez não tiveram mais sorte. Nenhum jogo foi difícil para o cara do terceiro. No fim do dia ele era o campeão. No segundo dia começariam as competições em grupo, como vôlei e handebol. Ah, Nic ia jogar!

Logo no início da tarde teriam início os jogos na quadra. Fiquei logo para almoçar perto do colégio, pois eu estaria na platéia de certeza. Coloquei a camisa da nossa sala e fui o primeiro a chegar à arquibancada.

Quinze minutos depois, começaram a chegar as meninas do vôlei. Logo Isabelle entrou, de short curto, e veio falar comigo.

— Oi, Max! Veio torcer pra gente?

— É, eu não podia perder!

Nossa, o que era aquilo? Os sons do mundo sumiram para mim. Algo incrível passava pela porta do ginásio. Era Nicole. Puxa vida! Ela estava com os cabelos amarrados, com a blusa da equipe, e um short curto. O perfume dela chegou até mim. Ah, jamais conseguirei esquecer esse cheiro...

— Max? Você está ouvindo?

— Hã?! Ah, Isabelle, desculpe, me distraí. Continue.

— Não era importante, pode continuar distraído!

E saiu apressada. Bom, não devia ser muito importante mesmo. Nicole acenou para mim, mas antes que viesse falar comigo, o juiz do jogo apitou, avisando que começaria.

Era contra umas meninas do terceiro C. Pouco depois do início do jogo, chegaram os rapazes. Mike falou comigo:

— Aí, Max, chegou cedo pra ver as pernas das gatinhas, hein? Meu, olha aquela do terceiro! Nossa!!

Ai, ai, ai, o papo de sempre. Tom estava com eles, mas eu resolvi não prestar atenção no que eles falavam. Nem no jogo. Eu ia prestar atenção apenas em Nicole.

Ela se movia com leveza. Jogava bem, acho. Algumas vezes soltou o cabelo e o amarrou novamente. O tempo passou muito rápido. Alguns saques, algumas manchetes e cortadas, e o juiz apitou o final do jogo. Nicole perdeu.

Agora eu tinha chance de conversar com ela. Afinal os meninos iam jogar basquete e podíamos ficar sozinhos. Assim que ela chegou à arquibancada, me pus ao seu lado.

— Vocês jogaram bem! É que aquelas meninas são muito boas mesmo!

— Nada, Max, bondade sua. Nós vacilamos algumas vezes. Mas já foi.

Isabelle tinha dito isso, atrás de mim. Nicole nem tinha ligado para meu comentário. O jogo ia começar e arrisquei:

— Vamos sentar?

— Vamos!

Ah, ela ia sentar ao meu lado. Suada do jogo, de short. Com aquelas pernas ao meu lado... Que paraíso.

E realmente sentou. Passei dois minutos calado, pensando no que dizer a ela. E decidi chamá-la para ir ao cinema. Lá estaríamos sozinhos, e eu falaria tudo.

— Nicole,...

— Nossa, o jogo já começou! Vamos torcer!

E foi pra baixo novamente, ficar junto à linha da quadra, torcendo com outras meninas. Droga! Bem, ao menos eu podia admirá-la de onde eu estava. Como era linda! Aqueles cabelos sedosos voando com o vento. A pele macia...

Logo o jogo de basquete acabou, nossa equipe tinha ganho. E chegou a vez dela jogar novamente, handebol agora. Desci para desejá-la boa sorte, mas ela estava elogiando os meninos e nem tive chance. Tom estava todo animadinho por ela estar elogiando-o.

O juiz apitou e o jogo começou. Mais uma vez Nic estava deslumbrante. Meu, o que era aquela cintura? Decidi compará-la às demais garotas na quadra. Inegavelmente ela era a mais linda. A cintura mais fina. Os quadris mais arredondados. A boca mais perfeita e delineada. Os olhos mais belos. Ela era perfeita mesmo.

O jogo foi fácil e a nossa equipe ganhou com um bom placar. Nicole fez alguns gols. Corri para parabenizá-la, mas nem deu tempo. Ela saiu apressada do ginásio. Então vi na tabela que em quinze minutos ela tinha prova de natação. Logo fui saindo da quadra. Eu não podia perder aquela competição.

Porém, Tom veio atrás de mim.

— E ae, Max, indo para onde?

— Hã, para o shopping.

— Ah, beleza, vou com você.

Merda! Esse miserável! Além de dar em cima da minha garota vai me fazer perder a competição dela! Grr! Maldito!

Não demorei no shopping. Comprei uma revista de cinema com o Bruce Willis na capa com a desculpa de que tinha ido apenas comprá-la e fui para casa. Já tinha perdido a prova mesmo...

No outro dia começavam os tais quebra-cabeças. Eu estava torcendo para que fossem rápidos, porque meia hora depois tinha jogo de futebol e em seguida de basquete de Nicole.

A primeira pessoa que vi quando entrei na sala marcada para os tais jogos foi Isabelle.

— Max!! Só eu, você e a Maggie nos inscrevemos, lá da sala. E o professor disse que são equipes de três. Que sorte, não?

— É sim.

Desde que acabasse logo, eu não me importava.

Entretanto, quando começou a coisa, já faltavam apenas quinze minutos para o jogo de futebol. Pelo menos os tais quebra-cabeças eram interessantes. Eram desafios para resolvermos. Tinha faixas de tempo. As equipes mais rápidas ganhavam mais pontos. Descobri que era bom nisso. Ao fim da primeira etapa, estávamos em segundo lugar, apenas atrás de uns CDF's do terceiro A. Dessa maneira, nos classificamos para a etapa final, a ser realizada no dia seguinte, no mesmo horário.

Quando saí de lá, fui correndo na quadra, mas Nicole não estava mais lá. Saindo do Aristóteles, ainda dei de cara com Isabelle.

— Max, você estava ótimo hoje! Amanhã nós podemos ganhar esse jogo!

— Ah, claro.

— Até amanhã.

— Até.

Fui para a parada de ônibus desolado.

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