PARTE I - Capítulo 1: Max

Meu nome é Max. Amanhã é meu primeiro dia de aulas. Vou começar a primeira série do Ensino Médio. Estou ansioso. Como sempre. A ansiedade é um sentimento que vem comigo já há alguns anos. Se tenho um trabalho para apresentar, até minha alimentação tem que ser diferenciada, porque sou muito ansioso. Se bem que isso costuma durar até a hora da apresentação, não mais. No momento de falar, consigo passar para quem assiste o que sei.
Mas voltando às aulas, estudo no colégio Aristóteles há quatro anos. Gosto muito de lá. Fiz alguns amigos durante esses anos, apesar de não termos nos visto durante as férias. Talvez eu seja um pouco sozinho. Mas não sei bem dizer se sou. Não creio que tenho capacidade de discernimento suficiente para me auto-avaliar e chegar a tal conclusão.
Eu tenho quatorze anos. Alguém tem idéia do que é isso? Hormônios escapando por todos os lados, coração pulsante, vigor total, sede de viver. Deve ser bom ser adolescente. Ou devia. Pra mim não é muito bom. Antes eu tinha tão pouco com que me preocupar... minha vida era decidir do que iria brincar. Com a puberdade, além dos hormônios, chegaram as emoções.
Sou tímido. Sou muito tímido. Há alguns meses eu me apaixonei por uma garota que estuda comigo, chamada Isabelle. Mas até agora não consegui falar com ela. Ah, como é linda. Tem cabelos louros, quase na cintura. E tem olhos azuis, imaginem! Isso pra não comentar os detalhes que inconscientemente passaram a me importar após a adolescência ter chegado, os detalhes que não escapam aos olhos de nenhum garoto da minha idade e que fazem a adrenalina subir por nosso corpo. É, esses detalhes lascivos.
Bom, o que realmente importa é que ela é linda e eu estou apaixonado. Estudamos juntos já há alguns anos, mas só agora fui percebê-la. Como eu disse... os hormônios, os hormônios!
Algumas poucas vezes tive a chance de falar a ela o que sinto, só que... não consegui! Fico me tremendo todo, vermelho, e acabo não dizendo nada. Mas eu vou conseguir, sei que vou!
Falando mais de mim, sou filho de pais separados e moro com minha mãe. Somos felizes. Ela tem um emprego de meio expediente e meu pai nos dá uma pensão mensal. Assim, minha mãe pôde comprar para ela um carro pequeno, e temos uma boa vida. Às vezes viajamos nas férias, para cidades próximas, ou até mais distantes. E tenho tudo o que desejo.
Sempre gostei de jogar videogame! Sabe aquele último modelo, que todo garoto quer ter um? Pronto. Consegui que minha mãe me desse um nesse último natal. Deixamos de viajar, mas em compensação joguei durante as férias todas.
Além de videogame, adoro meu computador. Ganhei-o do meu pai há uns três anos, mas ainda funciona bem. Nos fins de semana, costumo conectar à Internet e conversar com uns amigos que fiz. E navego muito por páginas diversas, inclusive de videogame.
Também sou um bom estudante. Sempre tirei boas notas e passei por média, e não pretendo que isso mude. Gosto de ser aplicado. Na verdade, não chego a ser estudioso, mas tenho facilidade em aprender, e costumo prestar atenção às aulas. Bem, isso quando consigo não olhar para Isabelle sentada ao meu lado.
As matérias que mais me fascinam são matemática e história, além de literatura. Gosto muito de ler. Poesias me fascinam. Talvez um dia eu seja um poeta. Se bem que não sei escrevê-las bem. Ah, mas posso aprender. É, poderia ser um poeta de grande sucesso. Gosto do trabalho de Shakespeare em poesia, entre outros.
Também adoro ir ao cinema. Puxa, sou fã do Bruce Willis. Ele é demais! Duro de Matar é o melhor! Gosto principalmente dos filmes de ação. E luta também, aqueles orientais, Bruce Lee e tal. Stallone é bom também, adoro Rambo.
Eu ainda não disse como sou. Tenho aproximadamente um e setenta de altura e não sou muito pesado. Minha pele é branca e meus olhos são verdes, iguais aos do meu pai. Meus cabelos são lisos, mas curtos, e castanho-claros, embora um dia tenham sido louros. Não ligo muito para roupas, embora não goste de aparentar mal vestido. Uso muito jeans e camisetas comuns. Tênis também.
Esportes? Basquete é legal! Adoro assistir aos jogos. Jogar não muito, prefiro no videogame! Gostaria de conhecer o Michael Jordan, vê-lo enterrando seria sensacional!
Ah, acho que vale a pena descrever meu quarto também. Vindo da porta, vê-se o quarto totalmente ao seu lado esquerdo. Um quadro de Bruce Willis está pendurado atrás da minha porta. De costas para a parede e de lado para a porta, uma mesa mantém meu computador. Ao lado esquerdo dela, outra mesa, para estudos. Não a uso muito, mas ela sempre tem alguns lápis e canetas em cima, e quando estou em casa, comporta meu caderno e livros também. Na parede de frente para a porta fica meu guarda-roupa de mogno. Três portas, tendo um espelho em uma delas e quatro gavetas em outra. Com a cabeceira na parede da porta fica minha cama, um pouco à esquerda do centro do quarto. Ao lado esquerdo dela, um pequeno criado-mudo, com alguns enfeites, como anjinho do signo, essas coisas. Na parede à esquerda da cama só tem uma janela, coberta por uma cortina. E à esquerda do guarda-roupa, de frente para o criado-mudo, porém tornado para a cama, fica minha televisão, com o videogame.
Há um lugar no meu guarda-roupas que é especial. O lugar onde guardo meus bens mais queridos e pessoais. Lá estão meus filmes do Bruce. Também lá estão meus cd's de jogos originais, que não passam de três jogos de RPG. Detalhe: não há condições de se comprar jogos originais hoje em dia, quando os genéricos são encontrados com muito mais facilidade, isso obviamente para desviar um pouco a atenção do real motivo: o preço.
Ainda nesse lugar do meu guarda-roupa, que fica num fundo falso que fiz na gaveta de baixo, guardo boas recordações. Uma prova de Isabelle que consegui pegar no fim do ano passado. Ah, como é linda sua letra! Passo horas do meu dia pensando nela, sonhando acordado. Eu acho que a amo. Desse ano não passa! Conversarei com ela e namoraremos!
No chão, entre minha cama e meu computador, se estende um tapete macio, azul celeste. Gosto de me deitar nele com as luzes do quarto apagadas para refletir sobre a vida.
Bah! Chega de sentimentalismos românticos! Deixe-me falar mais sobre mim, sobre minha mãe e sobre nossa casa. Minha mãe traz aqui algumas amigas, três ou quatro, de vez em quando. Elas revezam. Cada fim de semana se reúnem na casa de uma. Isso acontece sempre aos domingos. Então, domingo é o dia da minha mãe se ver livre de mim. Ela deixa sempre algo congelado e me viro com o microondas.
Duas vezes por ano, nas férias, vamos visitar meus avós, os pais da minha mãe, numa cidade a quatro horas de viagem daqui. Passo sempre uma semana com eles. Mas faço isso para agradá-los. E para agradar minha mãe também. Preferia ficar em casa, na Internet. Bem, ao menos posso levar meu videogame...
Nossa casa tem dois quartos, uma sala que minha mãe usa para receber visitas, uma sala de jantar, um banheiro no corredor e outro no quarto da minha mãe, cozinha, área de serviço. Temos também um quintal. E no quintal fica o Arnold. Arnold é meu animal de estimação, um Doberman de três anos de idade. Apesar do tamanho e da raça, ele seria incapaz de fazer mal a uma mosca. O criei bastante dócil. Saímos para passear juntos nas sextas no fim da tarde. Eu adoro o Arnold! Quando viajamos, Arnold se hospeda na casa de uma vizinha, com quem minha mãe mantém boas relações.
Eu não tenho muitos amigos. Bem, há um vizinho que brincava comigo quando éramos crianças, o Fred. Ele tem a minha idade, mas ultimamente não temos nos visto com muita freqüência. De quando em nunca, ele vem jogar videogame comigo. Ou eu vou fazer o mesmo na casa dele. Ele tem um console um pouco mais antigo que o meu, mas muito bom também. E você sabe, tem sempre aquele jogo que só sai para uma plataforma e dá uma vontade louca de conhecer...
No colégio, tenho apenas colegas. Digamos que nós fazemos trabalhos juntos, e não passa muito disso. O pessoal gosta muito de festas, sair à noite e tal. E toda essa badalação não é muito a minha praia. Trocar minha Internet por uma saidinha? Eu que não sou bobo!
Ah, falando na amada Internet... lá sim, tenho amigos. Conheço gente de dezenas de cidades! Não pessoalmente, mas somos amigos de bate-papo, entende? É muito legal! Como diz uma amiga minha, Internet rula tudo!! Bem, Internet é muito legal, digamos.
Eu acho que não tenho mais o que falar a respeito de mim. Vou é dormir porque amanhã cedo recomeça a rotina escolar. No início do ano é tudo muito legal. Mas quando vai se aproximando do fim, dá aquela canseira, aquela vontade de faltar de vez em quando, de simular uma doença para ficar em casa... ops! Não devia estar falando disso!
De qualquer maneira, amanhã começa um novo ano. Quem sabe uma nova fase na minha vida, não é? Será que teremos novos alunos? Ah, Isabelle... finalmente vamos nos rever...como é linda...

2 comentários:

"capacidade de discernimento" aos 14 anos? naum quer nda, neh? hehehe.. =P

gostei do max.. me identifiquei c/ele ( em parte, claro ).. tempo bom msm esse em q naum tinhamos tantas responsabilidades.. tempo aureo.. ^^

se cuida.. bjaun

3 de outubro de 2007 às 16:17  

Então, eu não gosto desse capítulo, acho-o extremamente descritivo e entediante. =P Mas, whatever, eu não gosto muito de alterar essas coisas porque essa é uma obra de cunho pessoal, então acho importante que cada capítulo reflita o que eu sentia e minhas capacidades criativas da época. Esse aí é lááááá do longínquo 2002! >___<

3 de outubro de 2007 às 19:34  

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