A História Real da Vida Real

— Jamie, cara, tem outra explicação? Ela só pode gostar de mim!!!

— Sei não, Max. Sei não, hein?

— Ah, Jamie, não seja exagerado. A menina deu grandes sinais de que gosta do Max.

— É, Jamie, eu concordo com a Cleve. Nic gosta de mim!

— Olha, Max, você pensa o que você quiser, mas eu ainda acho que ela pode estar apenas brincando com você. Tome cuidado, garoto! As mulheres são bichos estranhos, não tente entende-las.

— Não ligue para ele, Max. Eu te digo: curta tudo isso com muita calma. Deixe as coisas acontecerem. Não tente gerar uma possibilidade, pois ela surgirá sozinha, e você dirá a ela o que sente, e então saberá se ela quer mesmo namorar com você.

— É isso aí, Cleve. Você está certa!

Chegou a semana de provas do primeiro bimestre. Tínhamos muito assunto na maioria das matérias e dediquei algum tempo me preparando. Nessas horas em que eu estudava, dava pra esquecer Nicole, ou melhor, tirá-la da cabeça por alguns momentos. Na véspera das provas, o professor Demétrius avisou que infelizmente nossa viagem ao museu teria que ser adiada por tempo indeterminado, já que ele tinha telefonado para agendar e o museu estava fechado para reformas.

As provas de Português estavam mais fáceis do que nunca. Inglês também foi tranqüilo. Biologia me deu algum trabalho na hora de estudar, muitos nomes para decorar! Mas a prova também foi fácil e curta. História tirei de letra e Geografia mais ou menos. Química também foi fácil. Já Física estava mais ou menos, me perdi em alguns pontos. E Matemática estava maior do que nunca. Achei que não ia acabar mais a prova! Fiquei com o pulso dolorido de tanto escrever.

O Aristóteles tinha um sistema engraçado de separar os alunos na época das provas. Os alunos de todas as salas do colégio eram misturados. Ou seja, em cada sala tinha apenas 5 a 6 pessoas de cada turma, dependendo do tamanho da mesma. Se fosse por ordem alfabética talvez eu tivesse ficado na mesma sala que ela, mas não foi. Não sei que sistema eles usaram para fazer a escolha, mas na minha sala ficaram, além de dois meninos chatos, a Maggie e o Brad.

Eu chegava cedo para as provas, e ficava sentado no meu lugar, apenas esperando o professor distribuí-las. Já o pessoal da sala ficava terminando de estudar, decorando as coisas de última hora. Se há algo do qual eu nunca gostei foi de colar. Também não dou cola. Acho que cada um tem que ter responsabilidade pelo seu conhecimento. Se não estudou o suficiente ou não prestou atenção às aulas, problema seu. Eu estudei só por mim, não pelos outros!

Rápida como começou, acabou a semana de provas e vieram as aulas do segundo bimestre. Nicole continuava linda, e nosso relacionamento estava bom. Digo, todo dia ela me dava um "oi, Max", ou um "bom dia, Max". E trocávamos umas poucas palavras. Mas só em ver seu sorriso, e seus olhos me olhando, me bastava.

Tom também tinha amizade com ela. Ela o tratava do mesmo jeito que me tratava, mas eu tinha certeza de que comigo os sorrisos dela eram mais sinceros, e os olhos mais ávidos por algo mais. Aos poucos, ganhei uma calma significativa com relação à minha paixão. Eu acreditava que aos poucos as coisas se resolveriam.

Uma semana depois, saíram os resultados das provas. Me dei bem em todas, até mesmo em Física. Tirei vários dez, alguns nove e meio e um oito em Física. Bom demais! Tinha valido a pena prestar atenção às aulas. Nicole veio conversar comigo depois de ver suas notas.

— Max, como foram suas notas?

— Legais, Nicole. E as suas?

— Deixa eu ver seu boletim!

Pegou da minha mão e se espantou.

— Caramba, Max! Você tirou um montão de dez! Arrasou, hein?

Eu não soube bem o que dizer.

— Veja minhas notas.

Ela me entregou o boletim. Tinha duas notas acima de oito, um sete, e as demais eram abaixo da média, incluindo um quatro e meio em Física e um cinco em Matemática.

Devolvi e ela logo foi embora. Peguei meu material e fui indo para casa, quando tive uma idéia. Eu podia ajudar Nic nos estudos! Passaríamos mais tempo juntos e seria ótimo!!! É isso, eu iria sugerir a ela!!!