Essa semana de provas ficou entre os dias mais felizes da minha vida. Todo dia eu saía apressado e ansioso por encontrar Nicole. E ela veio, todos os dias. Estudamos muita coisa juntos. E além da alegria de passar algum tempo com ela todo dia, eu me sentia recompensado quando ela contava que tinha feito uma boa prova há pouco.

Estudamos geografia, física, química e todas as outras disciplinas. Apenas nas três disciplinas de línguas que cursávamos ela não precisava de ajuda. Era ótima com vocabulário. Em gramática, era razoável, e em literatura precisou da minha ajuda, mas em redação chego a pensar que ela era bem melhor que eu.

Pena que em todos esses dias ela estava com a farda do colégio, ou seja, uma blusa comum e uma calça jeans. Mesmo assim, admirar seus olhos e sua boca me bastava. Quando ela cansava de estudar e ia embora, eu já estava tão abobado, que passava o resto do dia sonhando acordado.

Enfim, as provas acabaram e só então me dei conta de que no dia seguinte eu entraria de férias e passaria um mês sem ver Nicole. Nossa, são muitos dias, como farei para suportar esse sofrimento? Justo agora que nosso relacionamento está ótimo!

Enquanto eu refletia sobre as férias, encontrei Nic saindo da prova de Matemática.

— Max!!! Você não vai acreditar!

— O que foi?!

— Fiz uma ótima prova! Nossa, tava muito fácil! Nunca pensei que eu faria provas assim, tão consciente do que estou fazendo!

— Que bom, Nicole.

— Obrigada, Max! Eu devo isso a você!

Ah, como era ótimo ouvir esse agradecimento saindo da boca dela...

— Que nada, eu só te dei um empurrão, você que estudou bastante!

Enquanto falávamos, ela entrelaçou o braço no meu e me puxou para andar com ela. Estávamos indo na direção da saída do colégio, mas pelo lado, fazendo um caminho mais longo.

Eu nada falava. Estava apenas aproveitando aquela proximidade do corpo dela. Meus hormônios ferviam ao toque de sua pele. E seu perfume... ah, jamais serei capaz de esquecer esse odor!

— Max.

— Oi.

— Você gosta de mim?

Bang! Uma bala perdida tinha invadido meu corpo e destruído meu coração! Só nesse momento eu soube realmente o que é nervosismo. Creio que até ela notou que eu estava tremendo ligeiramente. As palavras estavam embaralhadas na minha cabeça. Eu não era capaz de responder a essa pergunta conscientemente. Meu coração implorava para que eu dissesse sim. Mas faltava-me a coragem. Fiquei calado por uma eternidade.

— Gosta? Ou não?

Sim! Eu gosto! Como gosto, Nic! Essas foram as palavras que meu cérebro me disse, as palavras que eu deveria dizer. Mas não foram essas que saíram pela minha boca.

— Eu? Não. Imagina! Somos só amigos.

Estava tudo acabado. Eu tinha destruído a maior chance da minha vida. Como uma pessoa podia ser tão idiota? Eu estava com vontade de enfiar a minha cabeça em um buraco. Sumir da frente dela!

Ela nada disse até chegarmos ao portão, mas não largou meu braço. Quando lá chegamos, ela viu o ônibus e foi embora, apenas se despedindo:

— Tchau.

O ônibus dela passa assim que chegamos ao portão, quase todas as vezes! Só que hoje eu gostei, não agüentava mais aquela angústia. O sentimento de culpa por ter perdido a oportunidade estava me martelando!

Fui pra casa, arrasado. Eu estou de férias. Sem Nicole por trinta dias. Eu disse a ela que não gostava dela. Mas eu gosto. Minha vida estava acabada.

Assim que almocei, fui conversar com Jamie e Cleve sobre o que tinha ocorrido.

— Max, rapaz! Assim não dá! As forças do universo estão conspirando a seu favor e você nega a ajuda delas? Pô, meu irmão, tu agora perdesse a maior chance da tua vida. Custava ter dito sim? Não precisava fazer mais nada. Ela cuidaria do resto, caramba! Você é um fraco, isso sim!

— Não fala assim com ele, Jamie. Puxa, Max, você é tímido, ponha na sua cabeça que é importante para você perder sua timidez. Aos poucos você vai conseguindo. A vida é cheia de oportunidades, e tenho certeza de que você não vai perder a próxima.

— É, eu não sei.

Passei dois dias na cama pensando sobre o assunto. Só levantei para ver TV e conversar na Internet, além de comer, tomar banho e etc., claro.

Então, ao final do segundo dia, eu estava deitado na cama, revendo mentalmente todos os bons momentos que tive com Nicole até hoje. E me dei conta de como eu me alterava ao lado dela. Como a vida tinha mudado. Como minha felicidade agora dependia dela. Como o mundo estava agora dividido em Nicole e os outros. Só ela importava. Só com ela eu tinha alegria. Ela era meu mundo.

É amor. É isso. Eu amo Nicole. Não há outra explicação! Nunca vi nada igual. Nunca senti nada igual. Meus sentimentos por ela são capazes de mover uma multidão. Amor. Eu amo Nic. Max e Nic. Ela ainda vai ser minha. Ela vai me amar também. Seremos felizes. Amor.

Eu amo Nicole...

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